Nas noites pássaros repousam o peso de seus corpos em galhos, sentem em suas penas o ar em movimento, nuvens mostram que o tempo passa, luz da lua, estrelas e poeiras cósmicas, o instinto os fazem observar os movimentos e não há muito o que saber, é voar, agarrar, ser, construir e se tocar, como pássaros no mundo onde nos encontramos com arte, por vezes é preciso observar traços de lápis, canetas e pinceis, ir mais além do que estes objetos deixam com as tintas, como a incessante procura de quem se é como artista, da busca de quem somos, esses traços que vemos aqui, também passam por nós de uma forma não convencional, natural e/ou mesmo bela, temos as atitudes, comportamentos, sentimentos e mesmo situações vividas pela artista (Iasmin Matos), algumas vezes descritas por ela de forma espontânea como: "mulheres monstros", quem acolhe percepção nesses traços, poderia sim, cada um, fazer uma leitura se imaginando nos próprios movimentos dos simbólicos: "humanos monstros", seres que parecem em uma primeira vista, fazer movimentos com seus corpos estranhos sobre o papel onde repousam desde suas criações, não é comum vermos pessoas nessas posições sem ter em seus rostos o que sentem realmente, a proposta que foi trazida aqui como um acordo, tem a finalidade de fazer a figura no que ela mostra ser, tornar-se em uma continuidade com o conhecimento do visitante, e a partir dai gerar uma nova idéia para um dos vários degraus das artes plásticas, leva-se daqui ao ver seus trabalhos o começo de uma nova poesia, um movimento de dança, uma nota musical, a posição que ainda não fomos colocados e ainda podemos por entre as linhas da arte de Iasmin Matos, o instinto, o sentimento, a esperança, a expressão, enfim, podemos em seus seres originais, provavelmente vir a ser um deles.